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30
Nov17

A IMPORTÂNCIA DO SILÊNCIO


Cátia Sofia Santos

O silêncio é cada vez mais precioso e difícil de alcançar uma vez que hoje em dia, mais do que nunca, estamos permanentemente online, rodeados de estímulos que exigem respostas imediatas.

O mundo atual inunda-nos por sons durante todo o dia, uns agradáveis outros nem por isso. É difícil prestarmos atenção à nossa própria experiência com tanto ruído à nossa volta. Além disso, vivemos maioritariamente em "Modo Fazer" em detrimento do "Modo Ser" ou "Estar" e com isto vamos nos distanciando de nós próprios, perdendo o tempo necessário para nos escutarmos.

Está provado que momentos diários em silêncio estimulam o crescimento cerebral, aumentam a capacidade de atenção, bem como são mais relaxantes do que ouvir música. Períodos de silêncio diários promovem também uma boa higiene de sono. A Organização Mundial de Saúde chegou a equiparar a poluição sonora a uma praga, uma vez que aumenta a probabilidade de stress e de doenças cardíacas.

 

O silêncio é sempre necessário, em particular quando precisamos de resolver um qualquer conflito interior ou tomar uma decisão importante, ou seja, o silêncio é importante para nos escutarmos. Contudo, geralmente o silêncio é visto como algo negativo, ambíguo e incerto. Muitas pessoas fogem do silêncio porque não toleram a falta de ruído e as pausas, sentindo que não estão a fazer algo de produtivo. Outras, por não descodificarem o significado do silêncio do outro ficam a ruminar sobre o que o silencioso estará a pensar ou a sentir. Todos nós temos necessidade de períodos de maior reflexão, de atenção à nossa experiência interior, aos nossos pensamentos, emoções e sensações e o silêncio potencia estes momentos.

Como qualquer sintoma psicológico o silêncio será preocupante quando persistir durante muito tempo na maioria dos contextos (pessoal, familiar, social, profissional), ou seja, quando o silêncio for a forma de comunicação primordial.

29
Nov17

O ONLINE É CADA VEZ MAIS PROCURADO PARA ENCONTRAR O PRESENTE DE NATAL CERTO


Cátia Sofia Santos

Cresce o número de consumidores que pesquisam primeiro na Internet antes de efetuar as suas compras de Natal. Os dados do Observador Cetelem apontam para um aumento de 3% em relação ao ano transato.

Segundo a análise do Observador Cetelem Natal 2017, que mede as intenções de compra dos consumidores nesta quadra festiva, regista-se um aumento do online enquanto método utilizado para a pesquisa das prendas a oferecer no Natal. Assim, 22% dos consumidores vão à Internet antes de efetuarem as suas compras. Este é um crescimento de 3 pontos percentuais face a 2016. Já 38% dos portugueses pesquisam a Internet em segundo lugar, mais 14% que em 2016.

Em conclusão, o estudo do Observador Cetelem indica que, no total, 60% dos portugueses têm na Internet a primeira ou a segunda opção de pesquisa – mais 17 pontos percentuais que o total registado no ano passado. Refira-se que este é um crescimento sustentado, pois apenas há três anos não mais de 10% dos portugueses procuravam as suas compras em primeiro lugar na Internet, enquanto 26% o faziam em segundo lugar, num total de 36% de menções (menos 24% que o verificado este ano).

 

Perante estes números, os canais online encontram-se mesmo entre os dois métodos de pesquisa mais utilizados pelos portugueses.

No entanto, o passeio para ver as montras das zonas comerciais e a visita às lojas continua a ser a forma mais apreciada pelos consumidores nacionais, mais concretamente por 75% dos inquiridos neste estudo, um aumento de 5 pontos percentuais em relação ao último ano. Já 21% fazem-no em segundo lugar, mais 2 pontos percentuais face a 2016. No total, este é um meio de pesquisa utilizado por 96% dos portugueses, num aumento de 7%.

De mencionar que apenas 3% dos inquiridos não referem a visita a lojas e montras ou a Internet como formas de pesquisa prioritárias. Assiste-se a uma diminuição de 8% face ao ano passado e de 18 pontos percentuais quando comparado com 2014.

Este é um resultado que, de acordo com Pedro Camarinha, Diretor Distribuição do Cetelem, «reflete os novos hábitos dos consumidores nacionais. A Internet, seja apenas para pesquisa de informação, seja para a aquisição de produtos e serviços, veio para ficar. A facilidade e comodidade de acesso sem ter que ir às lojas, a crescente oferta, ou a facilidade de compra e receção das encomendas, são aspetos que criaram um novo paradigma de consumo. No caso do Natal, este é um período de fortes enchentes nos espaços comerciais. Para muitos, o melhor método de procura da prenda certa tem que ser o mais relaxado e descontraído possível. E os canais online oferecem essa alternativa».

28
Nov17

CONSTRUA UMA ARMADURA CONTRA AS FRUSTRAÇÕES DESNECESSÁRIAS


Cátia Sofia Santos

Sejamos realistas, a deceção irá sempre existir. No entanto, algumas estratégias evitam que ela ocorra por tudo e por nada. Os conselhos de quem ajuda diariamente a ultrapassá-la.
 

É completamente inevitável. Mais cedo ou mais tarde, no seu reduto familiar, no seu grupo de amigos ou na sua entourage profissional ou social, haverá alturas em que se dececionará com algo ou com alguém ou até, muito comum, com a forma como gere a sua vida. Teresa Marta, mental coach, consultora de bem-estar e fundadora da Academia da Coragem, explica o que pode fazer para a ultrapassar:

- Diminua a idealização que faz do outro, ganhando consciência de que essa idealização representa o desejo das características que quer que o outro tenha, o que pode não acontecer, não por culpa dele, mas devido às expetativas irrealistas que criámos.

- Evite viver na esperança de que o outro mude para corresponder ao que desejava que ele fosse. Em vez disso, altere a forma como se sente em relação ao outro e, se conseguir, aceite-o como é.

-Diminua o impacto do exterior nos resultados que pretende alcançar.

- Coloque em perspetiva aquilo que espera conquistar, pensando «Mesmo que isto não aconteça exatamente assim, já tenho muitas metas alcançadas. E posso sempre tentar de novo».

- Viva com foco no momento presente, aproveitando o aqui e o agora da melhor forma que conseguir.

- Integre na sua sabedoria interior que os resultados dos acontecimentos não dependem apenas de si mas, sim, de uma enorme variedade de fatores que não estão todos dependentes da sua ação ou do seu desejo.

- Diminua a necessidade pessoal de controlar tudo e todos.

- Dê alguma oportunidade aos planos que a vida tem para si, aumentando a capacidade para fluir com as circunstâncias.

- Aceite as suas características menos positivas ou aquelas de que menos gosta, não como autocondenação mas como oportunidades de mudança e de crescimento pessoal.

- Admire o caminho que já percorreu e tudo aquilo que alcançou.

08
Nov17

SERÁ QUE OS ANIMAIS TÊM SENTIMENTOS HUMANOS???


Cátia Sofia Santos

Há especialistas que garantem que sim e outros que afiançam que não. A ciência divide-se. Saiba o que é que os que percebem mais sobre as emoções das mascotes de quatro patas têm a dizer.

 

 

Em «Cão como nós», publicado pela editora Dom Quixote, Manuel Alegre fala sobre o épagneul-breton Kurika, o amigo de quatro patas que se tornou parte integrante da vida da família. «Era um cão rebelde, caprichoso, desobediente, mas um de nós, o nosso cão (...) um cão que não queria ser cão e era cão como nós», descreveu, na altura, o escritor. Muita gente pensa da mesma maneira, atribuindo sentimentos humanos aos bichos.

Poder-se-à afirmar que os animais se emocionam? Gostarão de nós como nós gostamos deles? Há especialistas que garantem que sim e outros que afiançam que não. A ciência divide-se. «Os cientistas têm dificuldade em aceitar a ideia que os animais possam ter sentimentos», afirma o neurocientista da Emory University Gregory Berns, que usou a tecnologia para mapear o cérebro dos cães que usou numa experiência.

 

 

Um trabalho científico que deu origem ao livro «What it’s like to be a dog», publicado nos EUA. A discussão é antiga. De um lado, situam-se os defensores da teoria que os animais não têm capacidades mentais complexas e, logo, são assentimentais. Do outro lado da barricada encontram-se, paradoxalmente, os adeptos da corrente que defende que não há dúvida que os bichos (e não só os de estimação) se emocionam.

Ter ou não ter um animal de estimação?

Para os apologistas desta teoria, os animais estão dotados dos requisitos necessários para sentirem, embora sejam subestimados pela maioria dos detratores da ideia. Um estudo levado a cabo na Universidade de Bristol, no Reino Unido, tentou demonstrar que as vacas dispõem de um universo emocional riquíssimo, onde se destacam sentimentos como amizade, rancor e, imagine-se, frustração.

Esta constatação aplicava-se não só aos bovinos mas também aos porcos, cabras e galinhas. Aliás, segundo Keith Kendrick, professor de neurobiologia na Universidade de Cambridge, em Inglaterra, as ovelhas afeiçoam-se a alguns humanos, caindo em depressão se estes se ausentam por períodos prolongados e saudando-os entusiasticamente quando regressam. Há quem também associe esses sentimentos a macacos.

Uma questão de química

Entre estas duas visões opostas e, numa zona intermédia, menos polémica, estão aqueles que defendem que os animais têm emoções que se podem equiparar às dos humanos, embora não sejam necessariamente iguais e tenham que ser interpretadas num contexto específico. Cientificamente falando, não há dúvidas que as emoções se fazem acompanhar por mudanças bioquímicas, ao nível do cérebro. O mesmo se aplica aos animais.

A alegria, por exemplo, aciona a libertação de substâncias químicas que acalmam e nos fazem sentir bem. O medo estimula a produção de químicos que nos fazem ficar em estado de alerta, preparados para, se for caso disso, fugirmos. No entanto, existem sentimentos que não têm tradução biológica tão clara, como é o caso da vergonha, por exemplo, uma emoção social difícil de percecionar em animais.

 

Os melhores amigos

Independentemente do que sentem e como sentem, o que é certo é que, a nível geral, quem tem um animal de estimação o trata como se fosse um ser emocional. Uma pesquisa levada a cabo no Canadá apurou que oitenta por cento das famílias inquiridas oferecia um presente à sua mascote no seu dia de aniversário ou no Natal. 94% declararam que conversava com o seu animal de estimação como se se tratasse de outra pessoa.

Mais de 90% referiram ter a certeza que o seu cão ou gato os compreendia totalmente. Muitos dos donos destes bichos são apologistas desta ideia. E, se falamos das emoções dos animais, não podemos deixar de salientar que adotar uma mascote também parece ter repercussões nas emoções dos donos, particularmente dos de palmo e meio. É verdade, como certificam investigações internacionais.

 

 

A maioria dos estudos afirma que conviver com um animal de estimação aumenta a maturidade das crianças, assim como o sentido de responsabilidade e a capacidade de concentração. Várias pesquisas salientam que as que têm mascotes são mais sociáveis, altruístas, cooperantes e dedicadas. Ter de cuidar de um companheiro de uma espécie diferente obriga-as a preocupar-se com coisas com as quais não lidariam de outra forma.

Descodificador de emoções de quatro patas

Se não acredita na existência de gatos deprimidos e cães stressados, leia o que se segue:

- Medo

Ligado ao instinto de sobrevivência, é uma emoção em que se reconhece uma situação de potencial perigo. Esta constatação conduz ao estado de alerta e permite ao animal averiguar se o perigo é real ou imediato e, de acordo com a avaliação que faz, tomar a medida adequada. Desaparecer, esconder-se, ficar estático...

- Nojo

Trata-se de um mecanismo de evitação. Associado ao sabor e ao cheiro, a sensação de nojo permite aos animais, por exemplo, não ingerirem comida estragada.

- Desejo

Provoca reações químicas corporais e está intimamente ligado à procura de parceiro sexual e à necessidade de acasalamento.

- Tristeza

Os humanos dispõem de uma gama vasta de emoções dentro da categoria tristeza que pode abranger desde situações circunstanciais e passageiras até ao desgosto e à depressão. Segundo vários estudos, os gatos manifestam sintomas de depressão quando um companheiro chegado morre e pensa-se que a ansiedade de separação demonstrada por cães e gatos, quando o dono se vai embora, é provocada pelo mecanismo da tristeza.

- Alegria

Ajuda-nos a procurar repetir situações que nos tenham dado prazer no passado. Quando nos encontramos numa situação que nos é agradável, são libertadas substâncias que provocam a sensação de bem-estar. O mesmo acontece com os animais quando estão a brincar ou são acariciados pelos donos.

- Stresse

Resulta da exposição continuada a um estímulo desagradável e, tal como acontece em relação aos humanos, debilita o sistema imunitário dos animais e reduz a capacidade de defesa contra diversas patologias. O nível de stresse varia entre as várias espécies mas crê-se que os gatos e os cães fiquem stressados mais facilmente. Será por conviverem mais de perto connosco?

07
Nov17

6 ERROS QUE AINDA SE FAZ QUANDO SE VAI ÁS COMPRAS!!!


Cátia Sofia Santos

Se se lembrar das últimas vezes que foi às compras certamente vai lembrar-se de algumas vezes em que disse coisas como “não sei como gastei tanto dinheiro e trouxe tão pouca coisa” ou “fui ao supermercado e não trouxe nada do que queria”.
 
 

Mesmo que seja aquela pessoa que segue à risca as regras da ida à compras, como por exemplo, não ir com fome ou fazer a lista de compras, existem pequenos erros que pode estar a cometer e que estão a impedi-lo de poupar. Saiba quais são e como corrigi-los.

1. Não verificar  o frigorífico e despensa antes de ir à compras

Para além de fazer a lista das necessidades que vai detetando à medida que os produtos vão acabando é igualmente importante verificar os produtos que tem no frigorífico, armários e despensa. Quantas vezes não comprou arroz quando ainda tinha massa na despensa? E quantas vezes não teve de comprar um determinado ingrediente porque deixou passar a validade do que tinha em casa?

Assim, antes de ir às compras verifique não só o que tem em casa, mas também as validades. Tente construir a sua ementa semanal com o que tem em casa e compre apenas o que lhe realmente falta.

 

2.Comprar items de preços mais elevados por se deixar levar pela embalagem

E porque os olhos também comem, já todos cometemos este erro. Por vezes escolhemos um produto em detrimento de outro porque a forma como este nos é apresentado nos agrada mais. Assim, para além da embalagem, confira não só o preço por unidade como também os componentes dos produtos, principalmente se for um item alimentar. Verifique qual deles é realmente melhor.

 

3. Comprar produtos supostamente light, vegan ou sem glúten porque diz querer experimentar

Quem diz produtos com estas características diz com outras. Se pretende comprar este tipo de produtos verifique se realmente  são indicados para si e quais as marcas que existem, bem como o melhor preço. Muitos dos produtos dietéticos ou indicados para vegetarianos já estão disponíveis também na versão marca branca, cuja qualidade está ao nível dos produtos de marca “original”. Antes de os comprar, procure as opções mais em conta e compare.

 

4. Comprar ingredientes a pensar no cozinheiro que pretende ser e não no que realmente as suas capacidade culinária permitem

As receitas que viu na televisão ou na internet são realmente apelativas, mas deverá ponderar se realmente é algo que lhe vai sair bem ou se vai acabar por ser um desperdício. Nem todos nascemos com a capacidade para fazer refeições gourmet e ou altamente trabalhadas, numa situação em que pretende poupar estas podem tornar-se em  desperdício.

 

5. Fazer compras depois do trabalho para fazer o jantar e acabar  no departamento das refeições pré-cozinhadas

Quantas vezes já saiu do emprego a pensar em comprar determinados ingredientes e depois, porque é final de dia e o cansaço aperta, acaba por ir parar às secção das refeições pré-cozinhadas? Provavelmente algumas. Uma boa forma de o evitar é planear as suas refeições no fim de semana e prepará-las para toda a semana. Pense em coisas que aguentem no frigorífico sem se estragarem e coisas que poderá congelar e retirar no próprio dia de consumo. Desta forma, não só está a poupar como também está a olhar pela sua saúde, evitando refeições pré-feitas e altamente calóricas.

 

6. Estar obcecado por aquela receita que viu na internet e comprar os ingredientes apenas para esta

Certamente já viu aquela receita que um amigo seu partilhou numa rede social ou que viu na internet e correu para comprar os ingredientes que precisava, mas nunca mais utilizou o que sobrou deles. Quando pensar em fazer umas destas receitas faça duas perguntas a si mesmo antes de ir comprar o que precisa: “em que é que posso utilizar estes ingredientes mais tarde?” ou “o que é que posso substituir nesta receita por algo que realmente vá usar depois?”.

Desta forma, vai evitar ficar com coisas na sua despensa que vão acabar por se estragar.

O desperdício e como evitá-lo é uma das grandes questões da atualidade. Só em Portugal, estima-se que se desperdice cerca de um milhão de toneladas de produtos alimentares por anos. Trata-se de um problema que afecta tanto o ambiente como as nossas carteiras, sem darmos por isso.

06
Nov17

SERÁ A CULPA UM SENTIMENTO MAIS CARACTERÍSTICO DAS MULHERES??


Cátia Sofia Santos

Há quem pense que sim mas a realidade está longe de ser essa. O psicólogo Joaquim Quintino Aires indica os sinais de alarme e as estratégias certas para o gerir da melhor forma.
 
 
 

A culpa está tão enraizada na nossa existência social, cultural e até emocional que se estende a todos os aspectos da nossa vida. A crise que o mundo atravessa só ajuda a aumentar o sentimento de culpa. «Apetece-me tomar um banho de imersão mas um duche poupa mais água», «Devia ir ao supermercado a pé. A distância é curta demais para levar o carro mas está a chover tanto e já estou atrasado»... Os exemplos sucedem-se. O sentimento de culpa está por toda a parte mas qual é a sua origem?

«O nosso cérebro nunca lida diretamente com a realidade mas com uma representação da realidade», explica o psicólogo Joaquim Quintino Aires. «Os mitos, as tradições culturais, aquilo que uns e outros dizem entra na formação desta representação, o que torna muito difícil ser objetivo na avaliação da própria vida e do mundo». Para o psicólogo, quando uma sociedade está em mudança,  o que em psicologia se denomina «crise», o problema ainda maior.

 

«Quando já existem novas realidades culturais mas ainda não foram apagadas as anteriores, é mais difícil ser objetivo», defende o especialista. «É por isso que, por vezes, sabemos que o que estamos a fazer é o mais indicado, mas ainda assim não o conseguimos sentir». É neste momento que a angústia e a culpa ganham espaço, «podendo mesmo levar à depressão», sublinha o autor de «A arte de dizer não», publicado pela editora Lua de Papel.

 

O sexo feminino e a culpa

Mas será a culpa um sentimento mais característico das mulheres? Segundo Joaquim Quintino Aires, «o sexo feminino vive uma crise de mudança mais marcada. Ainda escutamos com frequência a obrigação da mulher cuidar da casa e educar os filhos, ao mesmo tempo que ouvimos e lemos sobre mulheres de sucesso no campo profissional». Uma vez que esta duplicidade de papéis é mais exigida à mulher e não tanto ao homem, «ela perde-se mais na construção da representação de si própria», diz.

O psicólogo identifica dois momentos particularmente difíceis. O primeiro acontece quando a mulher inicia, em simultâneo, a carreira e a sua família. «Parece-lhe ter a obrigação de acompanhar as duas áreas e não conseguir», sublinha. Já o segundo momento ocorre por volta dos 40 anos, quando os filhos começam crescer e a mulher começa a fazer um balanço da vida. «Muitas vezes, sente-se desiludida por não ter feito mais em cada um dos dois campos», explica o psicólogo.

 

Sinais de alarme

Sentir-se culpado depois de ter devorado os chocolates que tinha em casa ou por uma reunião de última hora o ter impedido de ir buscar o seu filho à escola a horas é perfeitamente normal. Mas, tenha cuidado, existe uma fronteira entre um sentimento de culpa saudável e um comportamento exagerado.

«Sempre que a pessoa tem mais expetativas do que é razoável realizar e a avaliação da diferença entre o que gostaria de ter feito e o que fez causa sofrimento, tal deixa de ser saudável», explica José Quintino Aires, que aponta alguns sinais de alarme. «A autocrítica sistemática, a tristeza e a ansiedade e a permanente sensação de estar aquém», enumera o especialista. É neste momento que a pessoa começa a isolar-se e a entrar em risco.

 

O que fazer para combater a culpa

«Parar e avaliar tudo o que fez e o que é possível qualquer humano fazer» é o conselho do psicólogo, que sugere que esta avaliação seja escrita num papel. «A mente de quem está deprimido deturpa a análise dos dados». Pode ser boa ideia pedir a opinião de um familiar ou amigo com quem tenha mais confiança. «Por vezes as pessoas não têm uma ideia integrada de si próprias», acrescenta o famoso psicólogo.

«Conhecem-se em função de cada uma das áreas da sua vida, como pais, profissionais de sucesso ou alguém sempre socialmente correcto e não como sendo sempre a mesma pessoa, como uma unidade», salienta. É então que estabelecem expectativas que acabam por se transformar em objetivos. «Naturalmente que estes objetivos não são possíveis de alcançar em todas as áreas, pelo que a constatação de ter falhado leva à depressão. E afinal só falham porque são apenas humanas», desculpabiliza.

 

Conselho de especialista

Partilhe os sentimentos e as perceções dolorosas com outras pessoas. «O silêncio e o segredo, tão frequente como resultado da vergonha, impedem a confrontação das próprias com as de outros», refere Joaquim Quintino Aires.

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